quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

TRANSIÇÃO

TRANSIÇÃO

(Fernanda Odaguire)
...e eu me distraio, me recolho,
enquanto vocÊ pergunta, acusa e desconfia
conversas longas, palavras vazias
e agora é o momento, olho no olho


quero a verdade, ainda tenho medo
não é essa a imagem que quero no espelho

... e eu me machuco, na dor eu repouso
enquanto eu busco sossego, busco a paz

e agora é o momento, não, não , não negue mais

(Caris Garcia)

os motivos vão se espalhando
a brisa chega suave e perfumada
os argumentos se encaixando
palavra quebrada
o vinho suave que desce
o incenso de ópio acendo
parece tudo óbvio me rendo

os olhares apaixonados
acabam por se esquecer
quais problemas vieram trazer
e tudo se resolve se acerta
vai porcelana inquebrável!
que se mostra a mim tão insuperável
me abate com sua beleza surreal
em seu abraço letal
desmaio...adormeço...


(Fernanda Odaguire)

à noite

...e eu me distraio, me recolho,
enquanto vocÊ pergunta, acusa e desconfia
conversas longas, palavras vazias
mas agora é o momento, olho no olho

quero a verdade, ainda que tenhamos medo
pois não é essa a imagem que quero no espelho

eu te olho e já não mais te reconheço,
será só a tristeza o que mereço?

... e eu me machuco, na dor eu repouso
enquanto eu busco sossego, busco a paz
dá-me sua mão, só esse esforço,
quero vc, quero o que sente, quero o que me faz

FELIZ

(Caris Garcia)

E como aurora que surge sem pedir
e aquece minha madrugada
entorpece toda a longa estrada
o músculo da face esquecida
se põe novamente a sorrir

nada mais desejo que o doce segundo
que distrai e enlouquece meu mundo
o retrato intenso e profundo
daquele que se faz raio
fito os olhos e desmaio
e incide paralelamente ao eixo principal
tudo que acontece fora do normal
e reflete passando pelo foco do espelho esférico
arrebenta se faz histérico
ao ver a própria imagem deturpada
se esgueira da voz rajada
e com a íris avermelhada
repõe a energia tomada
para
lembra
e sorri

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